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Asilos de Madalena

Jovens mulheres confinadas em asilos administrados por freiras cruéis e submetidas a tortura psicológica, trabalho escravo e abuso sexual. Eram as vítimas dos asilos de Madalena, instituições nefastas comuns na Irlanda e que sobreviveram até 1996. Numa sociedade moralmente rígida e orientada pelo cristianismo distorcido, cerca de 30 mil mulheres foram confinadas nesses lugares, uma das mais cruéis forma de exclusão social praticadas pela humanidade, levadas pelos próprios pais. Uma forma de punição por terem engravidado sem casar, terem sido estupradas ( e, portanto, sujarem o nome da família) ou tão somente por terem beleza física que as faziam parecer tentadoras aos homens. Lá, elas deveriam “expurgar” seus pecados, purificar suas almas. Originalmente, os tais asilos começaram como lavandeiras cuja finalidade era o resgate social de prostitutas e outras mulheres sem lugar na sociedade e sem chance de trabalho. A proposta era de funcionarem como abrigos transitórios, de onde as mulheres podiam entrar e sair livremente. Com o tempo, a ideia original se desvirtuou e os locais passaram a funcionar como lavanderias que exploravam mão de obra escrava, a portões fechados. A igreja católica fez vistas grossas até onde conseguiu. As torturas psicológicas iam de simples proibição para conversar, serem usadas como objeto do voyerismo de religiosas perversas até a obrigação de praticar sexo oral em padres. Isso além de passarem fome, serem submetidas a exaustivas jornadas de trabalho e ainda sofrerem lavagem cerebral que as faziam temer a ira de Deus e acreditar que sexo era algo sujo e pecaminoso. Afastadas violentamente de seus filhos logo após o parto, muitas já chegavam lá psicologicamente vulneráveis e enlouqueciam. Entrevistas com ex-detidas dessas lavanderias revelaram que muitas morreram e foram enterradas lá mesmo e em alguns desses asilos, freiras recebiam dinheiro de homens das proximidades para obrigar as “internas” a praticar sexo com clientes fixos, semanais. Abro um parêntese para um comentário à parte: o nome das instituições por si só revela preconceito e equívoco religioso, posto que é controversa a suposição de que Maria Madalena tenha sido uma prostituta. Há estudos tentando provar que na verdade essa visão da figura de Madalena seja apenas resultado do anseio e movimento de dominação do masculino sobre o feminino pelos teóricos e organizadores da teologia católica. Era necessário desprestigiar a mulher que andava ao lado de Jesus Cristo, como uma igual aos demais apóstolos, considerando-a uma prostituta. Para entender isso leve em conta o contexto machista dominante no oriente à época de Jesus Cristo (que prevalece até hoje em muitos paises de lá). Mas isso já é outra história. Voltando à realidade do filme, muitas das mulheres que conseguiram sair dos asilos, retiradas por irmãos outros familiares, que fugiram ou mesmo após o fechamento dessas prisões jamais conseguiram levar vida normal, principalmente no aspecto sexual. Obviamente pelo trauma sofrido. Enfim, uma barbárie muito bem mostrada no filme EM NOME DE DEUS.

7 comentários em “Asilos de Madalena”

  1. Um absurdo uma religião praticar esse tipo de atrocidades usando o nome de Deus, imagine o quanto essas moças sofreram, e a sociedade daquela época, machista que era concordava em gênero, número e grau com a tortura que essas moças vivenciavam

  2. Tem tanta crueldade no mundo… são tão inumeráveis as perversidades, tantas que essa eu ainda não conhecia! Como tem acontecido TANTAS VEZES… é crime brutal cometido em nome de Deus, justificado em supostos pecados, fundados legalmente em fobia-sexual-religiosa-e-antropológica, feito pelo Homem religioso, crime brutal cometido pelo Homem em nome do criador! A história do cristianismo e também das religiões: Judaica e Islâmica, é uma história de crimes hediondos e de crueldade! Foram tantos as delinquências imperdoáveis!… No cristianismo católico muitos diabos de antigamente se vestiam, e os de hoje ainda se vestem… de santos, com hábitos e batinas usados para esconder os rabos, e com solidéus, mitras e véus, para esconder os chifres retráteis. O garfo “eles” e “elas” também escondem nas roupas… (são tridentes tipo daqueles guarda-chuvas pequenos que aumentam de tamanho). No judaísmo e islamismo as modas das passarelas religiosas também servem para que piores demônios se disfarcem em santos. Nem todo padre, freira, rabino e imã são pessoas cruéis e delinquentes; mas a religião propriamente em si o é: na sua ação! Como Nietzsche os chamou num dos livros mais famosos de filosofia (livro – Assim falou Zaratustra): Pregadores da Morte. A prova cabal é que sua História é de dolo! E ela é atraente a esses tipos: juridicamente legalistas em pecados e costumes: fundados nisso praticam os piores delitos!
    O estado irlandês já pediu perdão por ter sido cumplice, legalizando o crime religioso cristão; mas nem o catolicismo, e muito menos seu poderoso chefão: Papa Francisco, pediu um perdão para essa tamanha crueldade imperdoável, cometida contra a mulher, e em nome de Deus!
    Além das religiosamente e antropologicamente: amaldiçoadas parias sociais: prostitutas; também filhas de mães solteiras: com as mães solteiras, e mulheres estupradas ficavam “internadas” na “instituição” monástica, as últimas por terem sido consideradas culpadas pelo estupro! Aquilo que se chama: mulher-perdida (mulher que perdeu a virgindade antes do casamento; seja lá qual foi o motivo…): era o “motivo”, ou a desculpa esfarrapada para os Asilos de Madalena, instituições de trabalhos forçados (lavanderias sustentadas por escravidão justificada na mulher perdida): INSTITUIÇÕES MUITO LUCRATIVAS PARA O VATICANO! Muitas mulheres foram estupradas, DEPOIS… dentro da própria santificada instituição católica!
    O crime religioso perdurou ainda durante o século XX praticamente inteiro. O detalhe é que jamais existiu um tipo de “Asilo de Madaleno” feito pra homem… Homem sempre foi galinha, desde que a espécie humana existe, e quem manda na igreja só é homem… Se fosse prender homem em asilos de trabalhos forçados só porque transou: tudo o que é homem iria preso, quase nenhum mais ficaria solto! Não é à toa que Deus é HOMEM, quem o inventou também era assim…

    1. Compartilho da sua indignação, José. A raça humana é surpreendentemente cruel, perversa e involuída. Mas um dia há de evoluir; forçosamente. Abraço

  3. Na publicação vejo alguns erros históriograficos e falta de base documental para algumas citações. É preciso antes de mais nada, ver se algumas citações são verdadeiras.

    Irei realizar um estudo sobre e pelo pouco que li nos documentos das casas das Madalenas, alguns fatos são boatos sem comprovação documental.

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