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Viveiro distribui de graça mais do que mudas no DF

Há três anos a  Administração do Lago Norte, uma das 31 regiões administrativas do Distrito Federal, montou  um viveiro de plantas ornamentais, medicinais e árvores  frutíferas num pequeno terreno do bairro, com a finalidade principal de contribuir com o meio ambiente. Com o passar do tempo, pode-se perceber que o alcance da iniciativa, no entanto, vai muito além disso. Uma dedicada equipe e voluntários abnegados têm feito do espaço um oásis de beleza e generosidade. Lá, as pessoas podem pegar mudas gratuitamente e aprender sobre o cultivo de algumas espécies. Moradores de qualquer localidade do DF (ou mesmo de fora do DF) podem ir ao Viveiro, para conhecer, conseguir algumas mudinhas ou para colaborar, de alguma forma. A EBC fez uma matéria informativa, da qual participei como personagem, que pode ser vista no link abaixo:

VIVEIRO DO LAGO NORTE

Ou

http://tvbrasil.ebc.com.br/reporter-df/2017/07/viveiro-comunitario-do-lago-norte-doa-cinco-plantas-por-pessoa-gratuitamente

 

 

 

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Sugar Daddy e abuso sexual

Você sabe o que é “sugar daddy“? E “sugar mommy”? Você pode até não saber e eu vou entender. Eu própria entrei em contato com esses conceitos dois dias atrás. Mas olhe: o perigo é seu filho ou sua filha adolescente saberem. Uma das minhas paciente, aos de 16 anos de idade, e as coleguinhas dela sabem; uma delas chegou a se cadastrar no site que oferece esse “serviço”. A minha expectativa, no entanto, é de que as autoridades policiais, sobretudo as que atuam para coibir pedofilia pela internet saibam o que é e atuem em defesa dos nossos menores de idade.

Vejam a explicação que encontrei na internet: “sugar daddy é o velhote rico e generoso que dá presentes caros para uma namorada jovem“. Entenda que o termo namorada aí é puro eufemismo. Sugar daddy, no meu ponto der vista, é prostituição no sentido mais antigo da palavra. E pior – e o que mais me assustou – é também uma porta escancarada para a pedofilia. Na prática, é o uso da internet para mediar a exploração sexual, inclusive de menores. A perplexidade não para aí. Ao entrar no site, no rodapé, estão listadas empresas patrocinadoras do site. E adivinha quais? Rede Globo, Rede TV, GNT, Revista Forbes, Yahoo e Trip Linhas Aéreas. Todas, claro, defendendo os próprios interesses comerciais. Ah! Sugar Mommy é a versão feminina da coisa!

De acordo com o relato da adolescente, a amiga dela havia se cadastrado sem qualquer dificuldade, isto é, não havia impedimento para menores de idade! Então fui testar,  usando um email fake (não prossegui até concluir o cadastro porque estava enojada demais e não tenho o sangue frio dos investigadores desse tipo de abuso). Bom, no início da primeira página há um termo de adesão, avisando ser necessário ter no mínimo 18 anos  de idade… mas e daí? O (a) menor pode mentir, esconder a idade real.  Isso exime o site de responsabilidade pelo risco de envolver menores? Por que não pedem CPF e checam, por exemplo? Para preservar a privacidade? Alegação fraca: é possível conhecer nome e idade do cadastrado, entre outros dados, e preservar a privacidade. Para isso existem os nickies (ou apelidos). O fato de o próprio menor ter-se cadastrado espontaneamente elimina o traço de abuso e/ou aliciamento? Entendo com convicção que  NÃO. Posso até reconhecer o direito de uma mulher adulta ou de um homem que já atingiu a maioridade escolher a prostituição como fonte de renda. Isso é uma escolha e os adultos ganham essa prerrogativa ao saírem da adolescência. E eles arcam com os efeitos das próprias escolhas. No entanto, quando envolve relacionamento entre um menor de idade e uma pessoa que seja pelo menos cinco anos mais velha que a criança ou o adolescente fica configurado abuso.

Ninguém ignora que uma criança ou um adolescente ainda não tem a personalidade formada, apesar das estimulações precoces da atualidade, que não tem convicções nem conhecimento suficiente sobre as mazelas da humanidade, nem é capaz de compreender de forma ampla as implicações entre ação e reação/ato e consequências futuras. Tanto é assim que a minha paciente levou o assunto para conversar justamente porque estava desconfiando “ser uma coisa suja“, nas palavras dela, mas não tinha certeza disso. Contou que quando conversaram sobre o assunto, ela e as amiguinhas tinham dúvidas sobre isso ser ou não uma fonte digna de renda – o que vinham procurando. Na dúvida, ela quis ouvir minha opinião, já que não tinha coragem de abrir-se com os pais.

É claro que um homem adulto sabe ser convincente, sabe reconhecer os interesses de uma jovem e oferecer/prometer exatamente o que terá o poder de aliciá-la. E isso é crime. Aliciar, seduzir menores de idade é crime, é abuso sexual contra menores. Pouco importa se nos moldes antigos, convencionais, ou recorrendo aos avanços tecnológicos.

Pra finalizar, estou consciente de que a ideia veio de fora, especificamente dos Estados Unidos, e que a mim não compete avaliar como a coisa funciona lá. Preocupa-me como essa mediação tecnológica para um crime tão vil esteja funcionando aqui no Brasil, principalmente neste momento de tamanha frouxidão moral e impunidade generalizada a favor dos transgressores das leis e dos direitos fundamentais do ser humano. E certamente não é por razão diversa que muitos estrangeiros vêm ao nosso País em busca de turismo sexual.

O que leva as empresas citadas a patrocinarem algo assim, honestamente não está lá muito claro para mim: ainda acredito na humanidade. Certamente não é por ingenuidade.  Talvez sejam razões semelhantes às que levam essas e outras a patrocinarem lixos como Big Brother, Fazenda,  Casa dos Artistas  ou coisa do gênero. Minha expectativa é de que a Polícia Federal já esteja no encalço dos abusadores. Desta vez ficarei feliz em estar desatualizada e descobrir que há muito o tema já é objeto de investigação policial. Finalmente, vou abster-me de informar a qual site me refiro para não colaborar, nem minimamente, com a divulgação desse lixo.

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Família não é uma democracia

É do professor e filósofo Mario Sergio Cortella o livro Família – Urgências e Turbulências (Cortez Editora, 144 págs., preço sugerido R$ 38), lançado em maio deste ano. Na obra, Cortella destaca a dificuldade atual dos pais para exercer autoridade sobre os filhos.

Há uma entrevista interessante com o professor no site de O Estadão, sob o título

Os pais esquecem que a família não é uma democracia’, diz Mario Sergio Cortella

Vale conferir! Tenho escrito post na mesma linha de pensamento, com base na minha experiência clínica com crianças com transtorno de conduta.